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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Notas

Alexander Pivato
Conflito: não conjugação. Eu não posso. Administrar a insanidade. Temos uma louca e a necessidade de direção. É provocação. Os pais produzem monstros, sim. Quem é quem? Quem é essa pessoa que eu nunca poderei tocar, saber? E outros irmãos para saber. Saber sabedoria sandice, suor das lágrimas. As circunstâncias e problemas de resolver, melhor, as interpretações das quais nós estávamos conversando, aprendeendo. É muito estranho! E quase os outros, de rapinagem, te tratam como insano. Encontrar todos aqueles que ninguém se aproxima por medo. Saber daqueles que amamos e morreram? E morreram ontem? Hoje estão por aí falando do passado. E Virginia Woolf: a verdade é verdade porque é forte.
Quem riu? Quá, quá, quá, quá, quá: Fui eu que ganhei a graça... Para me perder na selva, que delícia... Aquele sabe fazer de uma árvore um esconderijo. Porque porcos, mas podemos ser sujinhos assim... e experimentarmos as coisas com contentamento. Tu não podes ou tu podes. Fazer coisas que são tuas. Fazer que tipo de coisas? Fazer como? Mais uma vez às voltas com aventuras ficcionais. Até quando não for mais. Descarregar a tinta da minha caneta para fazer diferente (parece sempre a mesma coisa dita de outra forma, mudou?).

P.S: tudo porque as pessoas foram dizendo e eu anotei. Contudo, a responsabilidade é minha.
Estávamos: Juli, Paula e Sara.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Para Juli:

"Tanto em pintura como em música e literatura, tantas vezes o que chamam de abstrato me parece apenas o figurativo de uma realidade mais delicada e mais difícil, menos visível a olho nu."
Clarice Linspector
Alexander Pivato

:aprender as maneiras figuradas de expressão. dar risada porque parece que escrevo de maneira figurada, mas é tudo quase objetivo. Tão objetivo que estou com dificuldades em diferenciar sonhos da realidade. Uma relação através do sonho com os inimigos, assim como os ameríndios da amazônia. Que movimento fazemos com essas criaturas que compõem nosso corpo, também o repertório epistemológico, se podemos dizer assim. Só as criaturas deles são diferentes das minhas, mas todas são humanas e nós? Como estamos? Eles não tem muitas dúvidas, ou em constante dúvida sabem como compor com os corpos inimigos, eles sabem lutar com "os inimigos fiéis": canibalizam e são canibalizados. Eu ainda estou na fase de entender e conhecer quem são esses inimigos. Por enquanto ainda exercito um pensamento racionalista: isso aconteceu ou foi sonho? E a resposta é quase impronunciável. Me assustei outro dia quando senti uma dor intensa no peito - pontadas atrozes - e não consegui identificar se era sonho ou foi de olho aberto. De qualquer maneira foi real, pensei. E fiquei mais confusa, só que dessa vez a situação foi inversa: tive problemas no corpo acordada e... no outro dia eu pensei que tinha sido sonho porque não havia nem resquício da dor. Embaralhada com os sentidos e aprendendo tanta coisa estranha! Desaprendendo tantas outras fáceis maneiras de organizar o real. Será que se fica louca quando se começa a compor com os sonhos? Mas se for essa loucura de conhecimento eu deixo porque fico contente. Além do mais as coisas estão relativamente fora de controle. Conter? Se eu não fizer eu explodo, explodo mesmo! Como mediar corpo aberto, corpo fechado. Tenho muito para encontrar com os coletivos indígenas. Eles sabem muito mais do que eu do que estou falando. Será que estou falando alguma língua reconhecível por qualquer ser? Escrever em locais públicos tem essa particularidade de se encontrar com supostos leitores. Quais leitores? Penso agora nas pessoas que conheço... a Juli vai entender do que estou falando... acho. Tãobem acho que a Clarice Linspector pensou bom!