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sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Eu quero, tu queres, ele quer... nós queremos!

Que é isso que perturba e não tem nome? Que lugar ocupa dentro do corpo? Porque incomoda os pensamentos e deixa a atitude irritada. O que é essa coisa que me faz estar indisposta com qualquer frase acabada cheia de sentidos velhos ou razões duras? Essa vontade de andar e andar e andar e não cumprimentar ninguém dos conhecidos, não porque perderam sua potência de afetar e sim quando ficam mais invasivos porque estou no lugar onde tudo entra. Ficando perigosa essa minha vontade de não estar em nada, flertando com a vontade de ficar perdida entre as palavras de autores, resmungando ao som dos músicos, cheia de idéias entre um bom roteiro e outro. Só querendo do mundo as minhas vontades e sabendo que assim, só tenho poucas vontades que já são tantas. Quero os desconhecidos encostados nas paredes com seus copos depois que nada deu certo e que tudo foi muito bem obrigada. Quero os noturnos que deixam pegadas sem serem notados e não passam perfume e nem pretendem mudar o mundo. Quero aqueles que pensam por prazer e sofrimento e desviar dos que pensam por muita inteligência, aqueles que pensam porque não há outra coisa a ser feita na vida além dos acontecimentos. Quero a xícara de chá com o cabo quebrado que ninguém usa, quero o que ela deixou de ser para guardar qualquer coisa que sirva para transformá-la. Quero um copo de água da fonte, sem sentir o gosto de tratamento da departamento de água e esgoto, quero ficar longe dos departamentos mesmo sabendo que as pessoas aí também podem resolver algumas questões com gentileza e conhecimento, quando a burocracia deixa aparecer uma fresta do que ela pode significar além dessa merda de fazer as gentes reunirem coisas para chegar num fim sem caminhar. Quero sentir cada pedra do caminho, quero sentir quando piso na água, na areia, na grama, quando cravo o pé no espinho, quero estar onde estou apreendendo. Eu quero viver mais com vinho e espumantes quando eu bem entender... depois do almoço numa sexta-feira enchendo a cara com meu pai saindo pela cidade a procurar qualquer coisa, rodar, conversar absurdidades e chegar até a mesa onde o sanfoneiro bebe o vinho do homem que cuidou do parreral e enfeitiçou as uvas. Chegar sem saber no final e começar por intesidade, por contentamento.

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