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quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Voltando aos poucos

Me perdi da escrita por um tempo porque perdi a noção do próprio tempo. A vontade de marcar sentidos, pensamentos, deixar as imagens através das palavras, essa eu não perdi e fiquei inquieta, cheia de coisas dentro e sem ter como sentar e dar espaço para o fazer. Aconteceu que muitas dessas coisas do pensamento, agitadas por suavidades também brutalidades, estão pela memória esperando outros acontecimentos para voltarem com força de expressão. Tenho que ser persistente para não deixá-las abandonadas por aí, apesar que eu sei que elas sabem se cuidar muito bem e precisam de movimento não de mim, necessariamente. De tudo isso, estive duas semanas num lugar de livro escolar: para a pessoa que nasceu no sul do Brasil. O avião, além de me despejar dentro da bacia do rio amazonas, me conduziu por lugares de pensamento topográficos... se passa por muitas imagens e não se sabe o que é e ao mesmo tempo se fica sabendo de alguma coisa, mas sem a precisão da classificação. Escrevo porque acredito que podemos falar atrás, através, além da precisão, pois faz pensar e deixa o coração alegre, menos angustiado em fazer do que apreendemos registro através das categorias estabelecidas. Claro que pesquisar com calma o estabelecido pode conferir maior poder para o fantástico das imagens, dos sentidos. Reservo esse trabalho para outro momento, como para outro momento ficarão os detalhes dessa Amazônia das coisas do inacreditável. Porque ver um rio sem poder encontrar a outra margem é, se não inacreditável, de encher os olhos com água doce! Começo a escrever e a vontade é ficar por aqui mesmo, configurando esse aperto de olhar, ouvir, salivar, cheirar, imaginar e ar e ar e ar: meu respirar...

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