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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Prefácio à discussão para uma memória obscena

A memória pode ser um lugar de relações obscenas. Pelo menos uma das memórias que conheço, bem próxima por sinal, relaciona assim porque encontra coisas diversas para tentar entendimento. E o diverso guarda uma potência de obscenidade na não medida, no confronto, sempre algum desentendimento como força de guerra. Uma guerra de colocar as partes para fora, de tocar, amassar, perfurar, estraçalhar, juntar pedaços, fazer configurações depois que uma linearidade narrativa se perdeu  na ferida de um arranhão ou num corte profundo. Quando se faz o conflito, rasga-se algo do passado, às vezes porque é sobre ele que se invoca a legitimidade de algum dos lutadores ou de todos os envolvidos, às vezes porque o passado é tudo o que mobiliza com certa segurança argumentativa. Afinal, não se trata de duelar com espadas que fizemos hoje para discutirmos pensamentos que atravessam agora, trata-se de fazer pistolas para matar em nome de. E o NOME invocado é nação, pátria, um deus, é um nome de passado. Daquele  lugar que não faz mais parte da maioria das vidas que vestem a farda para dizer o quê  não pode ser!  e quanto mais longe  o lugar deixado para o passado, mais obscuro e mais difícil de ser contestado com força de quebra, pois que está protegido por àqueles amordaçados de "razões". Então, para mentes duras, razões obscenas!!! E invoco um "homem" de outro espaço material, Sade, para marcar que o passado pode estar lá, mas que está sempre bem dentro quando nos propomos à algum exercício de fabricação com múltiplos. Memórias estão obscenas porque também podem e devem (na minha contente  vontade) se relacionar intesamente com tudo! 
P.S: Sim, dos perigos... sabê-los durante a relação e não somente por regramento. Porque as regras também e muito produzem seus  grandes! perigos.    

1 comentários:

Olhozinho disse...

Eu ouvia no rádio alguém preocupado com clássicos... Se faziam duas horas da madrugada de uma quarta-feira. Purple pra começar, depois um Rush, um AC, um Jethro, nenhum dos óbvios, e tão incríveis quanto os óbvios.
E eu pensava em ti pensando o quanto amava pensar em ti, força-presença. Te envio uma paródia melhor do que aquela que ouvia enquanto semi-arte-propaganda: bateria baixo e guitarra, minha voz arrastada e rouca, macerada em 3 garrafas de merlot Da Paz:
"Não deixa o rock morrer
Não deixa o rock acabar
Meu samba foi feito de rock
Por isso é que eu sei dançar"...
Não deixa o rock morrer, Sarita!

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